Direito à memória e à verdade como alicerces do Estado Democrático de Direito

o caso do guerrilheiro Amaury

  • João Gabriel Fassbender Barreto Prates

Resumo

A Ditadura Civil-Militar instalada no Brasil na década de 1960 inaugurou uma fase de cerceamento de direitos civis e políticos nunca antes vista. Fechamento do Congresso Nacional, cassação de partidos políticos, banimento de diversos ativistas políticos, estudantis e sociais. Enfim, um hiato na História do país, recheado de histórias de famílias órfãs de pais e filhos.


O presente trabalho tem como escopo principal discorrer sobre os temas “Direito à memória” e “Justiça de Transição”, em especial no Brasil, tendo como pano de fundo a história de Paulo Roberto Pereira Marques, militante do Partido Comunista do Brasil - PC do B, que lutou na Guerrilha do Araguaia, no início da década de 1970, no interior do estado do Pará.


Assim, o trabalho será divido em três capítulos: o primeiro, mais breve, tratará da infância de Paulo Roberto, apontando alguns acontecimentos que possivelmente influenciaram na orientação política do jovem; o segundo exporá, de maneira sucinta, haja vista a exiguidade de documentação disponível sobre o período, acerca da vida clandestina do guerrilheiro; e o terceiro, mais teórico, trará uma análise sobre a memória coletiva como dínamo do Direito, apresentando as razões pelas quais se faz necessário que uma nação conheça seu passado, de modo a adaptar seu Direito e evoluir sua legislação no sentido de coibir a repetição de Estados de Exceção.


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Publicado
Ago 5, 2019
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FASSBENDER BARRETO PRATES, João Gabriel. Direito à memória e à verdade como alicerces do Estado Democrático de Direito. Revista Amagis Jurídica, [S.l.], v. 1, n. 14, p. 213-231, ago. 2019. ISSN 2674-8908. Disponível em: <https://revista.amagis.com.br/index.php/amagis-juridica/article/view/64>. Acesso em: 23 nov. 2024.
Seção
Artigos